Dia das mães

Minha querida amiga mãe,

Neste Dia das Mães, meu coração transborda uma mistura de sentimentos. Há a alegria imensa, claro, mas também uma profunda sensação de conexão com cada uma de vocês que vive essa jornada intensa e transformadora que é a maternidade.

Escrevo para você hoje não apenas como a Débora comunicadora ou dona de uma agência de marketing digital. Escrevo como a Débora de 23 anos, casada, mãe de uma bebê de cinco meses que virou meu mundo de cabeça para baixo da forma mais linda e desafiadora possível. Escrevo como alguém que está navegando nesse mesmo mar de amor avassalador, noites em claro, descobertas diárias e a constante tentativa de equilibrar todos os pratos – assim como você.

Sei que nem sempre é fácil. Sei que há dias em que o cansaço parece vencer e a culpa sussurra em nossos ouvidos. Por isso, hoje, mais do que nunca, quero que esta carta seja um abraço. Um espaço onde você se sinta vista, compreendida em suas lutas e alegrias e, acima de tudo, imensamente valorizada por tudo que você é e faz.

Parece que foi ontem que minha pequena Cecília chegou e, ao mesmo tempo, sinto que vivemos uma vida inteira nesse período. Quem diria que caberia tanto em tão pouco tempo? As noites que se emendam com dias cheios, a descoberta dos primeiros sorrisos intencionais que derretem qualquer cansaço, aquele balbucio que vira nossa música preferida, a emoção de vê-la reconhecendo meu rosto e minha voz. É uma fase mágica, de um desenvolvimento incrível – ela já tenta se firmar para sentar, observa tudo com curiosidade, estica as mãozinhas querendo tocar o mundo.

Mas sejamos sinceras: é também uma fase de doação extrema. Nosso corpo, nosso tempo, nossa energia... tudo parece pertencer a esse serzinho que depende inteiramente de nós. É um amor que transborda, que nos preenche de uma forma inexplicável, mas também um cansaço que, por vezes, parece não ter fim, não é mesmo? Validar essa dualidade – o amor imenso e a exaustão profunda – é fundamental. Não há nada de errado em sentir os dois.

E no meio dessa nova rotina intensa, ainda temos nossos outros "bebês": nossos trabalhos, nossos projetos, nossos sonhos. Eu, como empreendedora e comunicadora digital, sinto na pele o desafio de conciliar tudo. Como dar conta de tudo? A reunião importante que coincide com a hora da mamada, a criação de conteúdo que precisa acontecer nos curtos intervalos de soneca, a gestão da agência enquanto a mente ainda está na lista do supermercado ou na próxima consulta do pediatra.

É aquela sensação constante de ter o coração dividido, sempre batendo em dois (ou mais!) lugares ao mesmo tempo. A gente se desdobra, tenta otimizar cada segundo, busca estratégias para dar conta. Aprendi (e ainda estou aprendendo!) que uma rede de apoio forte não é luxo, é necessidade. Seja o companheiro, a família, amigos ou profissionais contratados, precisamos de ajuda para não sucumbir à sobrecarga física e mental que essa jornada dupla (ou tripla, quádrupla...) exige.

E sabe de uma coisa? Desisti de tentar ser a "super mulher" que acerta em tudo. Comecei a entender que errar faz parte, que pedir ajuda é sinal de força e que aceitar nossa vulnerabilidade nos torna mais humanas e, paradoxalmente, mais fortes. Não precisamos dar conta de tudo perfeitamente. Precisamos ser gentis conosco.

No meio de tantas demandas – do bebê, do trabalho, da casa –, às vezes nos pegamos perguntando: "onde foi parar aquela mulher que eu era antes?". Nosso corpo mudou, carregando as marcas da vida que geramos. Nossas prioridades mudaram radicalmente. Nossa rotina se transformou.

Olhar no espelho pode ser um desafio em alguns dias. Encontrar tempo (e energia!) para cuidar de nós mesmas, da nossa aparência, dos nossos hobbies, parece um luxo inalcançável. A sociedade, muitas vezes, nos pressiona a voltar rapidamente à forma física anterior, a performar a maternidade com um sorriso constante, quase apagando a mulher que existe por trás da mãe.

Mas a verdade é que não se trata de voltar a ser quem éramos. A maternidade nos transforma profundamente. O convite é para integrar essa nova e poderosa identidade de mãe à mulher que sempre existiu dentro de nós – com seus sonhos, sua individualidade, suas necessidades. É um processo, uma redescoberta que leva tempo e exige autocompaixão. E cuidar de nós não é egoísmo; é essencial. Uma mãe que se permite momentos de autocuidado, que nutre sua autoestima, consegue oferecer um cuidado ainda mais presente e amoroso ao seu filho.

Neste Dia das Mães, quero que você olhe para dentro e reconheça a força imensa que existe em você. A resiliência para recomeçar a cada manhã, mesmo depois de uma noite difícil. O amor incondicional que te move e te guia. A capacidade quase sobre-humana de fazer mil coisas ao mesmo tempo, de cuidar, nutrir, proteger, ensinar.

Seu papel é fundamental. Você não está "apenas" criando um filho; você está moldando um ser humano, construindo a base de uma família, plantando sementes para o futuro da nossa sociedade. Cada gesto de cuidado, cada canção de ninar, cada limite ensinado com amor, cada noite mal dormida, cada renúncia silenciosa... tudo isso tem um valor imensurável, que transcende o âmbito privado e impacta o coletivo.

E esse valor não depende da sua produtividade, da limpeza da sua casa, do seu cargo ou de você conseguir (ou não) equilibrar todos os pratos com perfeição. Seu valor está em ser quem você é, em amar como você ama, em se doar como você se doa. Você é importante. Você é suficiente. Você é uma mãe incrível, exatamente como você é.

Minha amiga mãe, você não está sozinha. Em cada desafio que você enfrenta, em cada gargalhada do seu filho que te enche de alegria, em cada dúvida que te assombra de madrugada, saiba que existem milhares de outras mães sentindo o mesmo, vibrando na mesma sintonia. Formamos uma rede invisível e poderosa de apoio e compreensão.

Espero que esta carta te encontre e te abrace, te lembrando do seu imenso valor e da força que reside em você. Eu te vejo, te entendo e te admiro profundamente.

Feliz Dia das Mães, guerreira! Que seu dia seja repleto de carinho, reconhecimento e momentos de alegria.

Com todo meu carinho,

Débora Wenoli

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